O jornalismo amanheceu sem um de seus melhores intérpretes.

David Carr, repórter de mídia do The New York Times, morreu ontem por volta de 21 horas na redação do jornal. Foi encontrado no chão e já chegou morto ao hospital. Ele tinha 58 anos.

Não é exagero dizer que Carr era o melhor e mais importante repórter cobrindo a mídia nos dias de hoje. Sua coluna “The Media Equation”, publicada às segundas-feiras, explorava e explicava o impacto da revolução digital no jornalismo, e dissecava tendências na indústria de publishing, televisão e redes sociais.  Era leitura obrigatória de qualquer pessoa interessada no assunto.

Carr, que foi viciado em cocaína quando tinha pouco mais de 20 anos, superou a adversidade para construir um nome e uma voz única nos 12 anos em que trabalhou no Times.

Ele também foi a estrela do documentário “Page One — Inside The New York Times”, que discutia o futuro do jornalismo impresso na era digital.

Em seu livro de memórias, falando de seu passado e da superação do vício, Carr escreveu: “Eu hoje habito uma vida que eu não mereço — se bem que todos nós passamos a vida achando que somos uma fraude. O truque é ser grato, e esperar que a viagem não acabe cedo.”