9767 7890125a 6c6e 1f39 0005 5760f86a0aefPelo menos quatro fundos de private equity estão estudando fazer ofertas para comprar a participação do Carlyle na CVC, a maior operadora de turismo do Brasil.

O Carlyle tem 45% da empresa.

Esta será a terceira tentativa do Carlyle de vender sua participação na CVC.  Mas se antes a venda esbarrou em condições inóspitas de mercado, desta vez o interesse parece firme, em parte porque a CVC tem conseguido aumentar seu faturamento apesar do cenário econômico armagedônico. 

A coluna conversou com quatro fundos que estão estudando a empresa no detalhe. 

Itaú BBA e Morgan Stanley estão conduzindo o processo.

A operação enfrenta um obstáculo: o tamanho do cheque. Apesar do Carlyle não deter a maioria do capital da empresa, ele exerce o controle de fato. Assim, a venda da sua participação pode forçar o comprador a ter que estender aos minoritários os mesmos termos da oferta, o chamado direito de ’tag along’. Neste caso, como a CVC vale 2,8 bilhões de reais na Bovespa, o Carlyle teria que encontrar um comprador disposto a investir daí para cima, em um momento em que há inúmeras outras empresas baratas tanto na Bolsa quanto fora dela.

“Se o Carlyle aceitasse vender um pedaço agora e outro mais para frente, essa operação seria muito mais fácil,” diz uma fonte próxima às conversas. 

Muitos investidores gostam da CVC por sua escala, liderança de mercado e o alto retorno que ela obtém sobre o capital investido — historicamente na faixa entre 35% e 40%. Este retorno suculento tem uma explicação simples: das cerca de 950 lojas da CVC, mais de 95% são franquias.  Nos últimos anos, a CVC tem crescido também por meio de aquisições. Em 2015, comprou a Submarino Viagens para avançar no mercado online, geralmente tido como a maior ameaça ao futuro da empresa.  Em 2014, comprou o Grupo Rextur Advance, o líder no mercado de consolidação de passagens aéreas (com 25% de ‘market share’) e foco em viagens corporativas.

Em pelo menos uma ocasião depois do IPO da CVC, o Carlyle sondou o mercado para vender sua participação na Bolsa, mas a operação não foi adiante. Nos últimos anos, o fundo norte-americano também tem mantido um diálogo com a TUI Travel, a maior operadora da Europa. Mas como a TUI carrega em seu balanço ativos fixos como hotéis e navios, sua ação negocia na Bolsa a um múltiplo inferior ao da CVC, o que faz com que a operadora brasileira fique ‘cara’ em termos relativos.

O IPO da CVC foi a 16 reais por ação; na época, o Carlyle queria de 18 a 22 reais/por ação. Dois anos e meio depois, somando-se os dividendos pagos no período, a ação da CVC teve um retorno total de 44%, contra 33% do CDI e um índice Bovespa que ficou no zero a zero (veja gráfico abaixo).

9768 fcdbcf16 a61e 0005 0000 763a40d742fd