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Numa operação que interessa de perto à CCR, a Odebrecht está conversando com investidores institucionais para capitalizar sua subsidiária Odebrecht Rodovias, cujos principais ativos são a Concessionária Rota das Bandeiras e a Rota do Oeste, também conhecida como a ‘Rota da Soja.’
 
As conversas com os interessados — que incluem investidores estratégicos internacionais — estão sendo conduzidas pelo Itaú BBA e pelo Bradesco.
 
Como, em tempos de Lava Jato, toda tentativa de capitalizar conglomerados de infraestrutura acaba se tornando a boa e velha venda de ativos, a CCR está estudando a compra da Rota das Bandeiras, que tem uma sinergia geográfica imbatível com a malha da CCR no Estado de São Paulo.
 
Uma fonte envolvida nas conversas estima que a Rota das Bandeiras seja um negócio na faixa de R$1,5 bilhão e, se a operação for fechada, o mais provável é que a CCR financie a compra com um aumento de capital. 
 
A própria empresa tem sinalizado ao mercado que novas aquisições serão financiadas com equity, já que seu risco de crédito poderia sofrer se ela tomasse mais dívida. Hoje, a dívida líquida da CCR é de 3,2 vezes sua geração de caixa anual.
 
Não seria um mau momento para a CCR vender sua ação, que saiu de R$11 para R$17 desde o início do ano e negocia a uma taxa interna de retorno (TIR) para o acionista de cerca de 4%. Assim, a compra de uma concessionária com uma TIR, digamos, entre 8% e 10% criaria valor para os acionistas da CCR e posicionaria a companhia para um cenário de normalização do custo de capital no Brasil.
 
A Concessionária Rota das Bandeiras assumiu o Corredor Dom Pedro em 2009 com um contrato de concessão de 30 anos. O Corredor Dom Pedro é um conjunto de rodovias que ligam o Vale do Paraíba com a Região Metropolitana de Campinas e o Circuito das Frutas, cortando uma região com 17 cidades em uma das áreas mais desenvolvidas do país.
 
Nas últimas semanas, a CCR já começou a fazer compras oportunistas.
 
No fim de junho, comprou os 33,3% que a Odebrecht Rodovias tinha na ViaRio por R$ 107,7 milhões — elevando sua participação na concessionária para 66,66%. (O outro terço pertence à Invepar.)  Na mesma data, a CCR fez uma oferta pela participação de 15% na Via Quatro, a concessionária da Linha 4 do Metrô de São Paulo, por R$ 170 milhões.