Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

Enquanto a briga pelo controle da Estácio incendeia as empresas de ensino superior, investidores de longo prazo começam a voltar suas atenções ao ensino básico.

Os acionistas da Bahema, a companhia de investimentos lendária por ter mantido por décadas uma participação no Unibanco, estão redirecionando o foco da empresa para a educação básica.

A Bahema tem como acionista controlador a família Affonso Ferreira, dona de cerca de 57,5% do capital.  A Funcef, fundo de pensão da Caixa, é outro acionista histórico e controla 20% do capital.  Apesar de 22,5% do capital estarem nas mãos de outros investidores, a ação negocia muito pouco na BM&F Bovespa. 9789 4c3830c2 458d 0008 0000 27b03b851c77

A Bahema pretende adquirir escolas — do maternal até o último ano do ensino médio — e já entrou em negociação para pelo menos dois ativos.  O alvo preferencial são escolas no Estado de São Paulo, mas incursões em outros Estados não estão descartadas.

Guilherme Affonso Ferreira Filho, neto do fundador da Bahema, tornou-se recentemente o diretor de relações com investidores da empresa. Seu primo, Frederico Affonso Ferreira, deixou uma carreira no jornalismo para se juntar ao novo projeto e agora é diretor da empresa. (Smart move.)

A Bahema tem hoje cerca de 30 milhões de reais em caixa, e seus controladores pensam em fazer um aumento de capital privado para começar as aquisições.

Uma responsabilidade constitucional do Estado, a educação básica se universalizou desde os anos 90, mas continua a enfrentar desafios sérios da qualidade, e os Affonso Ferreira acreditam que a tendência das famílias de optarem por escolas privadas se acentuará nas próximas décadas.

O mercado privado já conta com três investidores relevantes.  O maior deles é Chaim Zaher, hoje CEO da Estácio e dono do Grupo SEB, com cerca de 45 mil alunos.  Através do fundo Gera Venture, Jorge Paulo Lemman investiu na Eleva Educação, uma holding criada em 2013 que tem 55 escolas nos estados do Rio, Minas e Paraná , além de manter parcerias com outras escolas.  Já a Somos Educação, controlada pela Tarpon Investimentos, tem cerca de 30 mil alunos na educação básica.

 

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil